Palme FC 1 – 4 GDR Campo

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REVANCHE…!

A equipa de Campo continua na senda das vitórias e das exibições convincentes. Ontem, chegou a vez de mais uma vingança pela derrota sofrida na primeira volta, sem apelo nem agravo, 4-1 (por via das dúvidas) e poderiam ter sido mais, só não acredita quem não presenciou esta bela exibição dos “bravos” do GDRCampo.

Jogo disputado no Campo de futebol do Fragoso, casa emprestada ao Palme, por as suas instalações desportivas não reunirem as condições óptimas e ideais para um jogo nocturno.

O jogo até nem começou nada bem, porque num dos primeiros ataques da equipa de Palme, o árbitro com um critério rigorosíssimo e denotando um grande excesso de zelo, assinalou grande penalidade numa pretensa falta de Peixoto sobre o atacante da casa. Eram decorridos 5 minutos de jogo. Mata, num assomo de raiva e de vontade de mostrar serviço, não deixou o crédito por mãos alheias e fez uma desfeita aos da casa, não fazendo por menos, defende o penalti e… defende a recarga. De assinalar que na recarga o guardião de campo é carregado à margem das leis, resultando daí uma lesão que o havia de importunar até final do jogo, mas o árbitro, o tal do excesso de zelo, fez vista grossa e deixou jogar. Se a justiça humana falha a divina é mais acertada e a providência ou a Sra do Livramento, padroeira de Fragoso, resolveu dar um ar da sua graça e a bola não entrou.

Na opinião deste vosso escriba, foi este o momento do jogo. Se a defesa do penalti constituiu uma injecção vitamínica no alento e na raiva do jogadores de Campo, foi também um murro no estômago dos homens da casa que desmoralizaram…

E assim, aos 8’, Joel num remate fora da área, bateu a bola com muita violência e efeito, colocadíssima e em direcção ao poste direito da baliza palmense, mas o guardião num voo fantástico, pleno de técnica e elasticidade, desvia para canto…estava vivo o jogo, adivinhava-se o golo.

12’ Picos disputa uma bola aérea na área do Palme e quando se preparava para a dominar levou uma porrada no pé de apoio sendo derrubado. O homem do apito, desta vez bem e seguindo os mesmos princípios do critério apertado e rigoroso assinala penalti. Eduardo chamado a converter, bate forte e colocado para a direita do guardião não lhe dando qualquer hipótese de esboçar a defesa. Estava feito o 0-1.

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O jogo corria de parada e resposta com jogadas numa e noutra baliza, no entanto os homens de campo mostravam melhor entrosamento e mais esclarecimento, fieis aos seus princípios de jogo, a bola corria de pé para pé, rápida e ao primeiro toque, com variações rápidas de flanco, onde apareciam ora Mouro , ora Eduardo, rápidos como flechas dando muito trabalhinho a defensiva do Palme. Eduardo de quando em vez, segurava a bola e temporizava, para que chegasse o apoio da linha meio-campista e adornava “a coisa” com umas “rebiengas” e “chicoelinas”, trocando os olhos e partindo os rins aos defensores da casa.

O Palme respondia em ataques planeados e denotava também alguma primazia técnica no modo como trocava a bola, no entanto a finalização não era eficaz, havia um equilíbrio no jogo jogado, mas, o Campo andava mais perto do golo…assim aos 36´ Mouro endiabrado e enérgico recebe uma bola em profundidade, a defesa de Palme fica a pedir off-side inexistente, corre para a baliza, o guarda-redes sai ao seu encontro e fazendo a mancha defende com as mãos fora da área não a segurando, o árbitro dá a lei da vantagem beneficiando o infractor, a bola sobra para Joel, que num “sombrero” magistral, faz levantar a bola a uma altura considerável, esta sobrevoa na direcção da baliza, com um tempo de voo suficiente para fazer suuuuuuuuussssssssssssspeeeeeeeeennnnnnnnsssssssssseeeeeeeeee …pincha junto á linha de golo e aloja-se na baliza, golo! Estava feito o 0-2.

Joel estava de pé quente e com fé, aos 43’ numa bola que havia sobrado para fora da área, enche o peito do pé com toda a força e raiva que tinha e esta embate com estrondo no poste…0-3 esteve á vista. Sorte para o Palme. O jogo continuava, agora com os jogadores da casa a tentar apagar o incêndio do inferno que os diabos de Campo trouxeram até Fragoso. A supremacia dos visitantes era notória nesta fase do jogo, o árbitro resolve dar 5’ (????!!!!!) de compensação. Se era para ajudar a rapaziada da casa a diminuir o “score”, saiu-lhe o tiro pela culatra, porque o “score”aumentou, aos 49´ por intermédio de Picos, que numa jogada confusa e de insistência dentro da área, a bola havia de sobrar para este jogador que pleno de oportunidade faz o 0-3, para gáudio da pouca massa associativa que acompanhou a equipa.

O intervalo chegou com um desnível de três golos no “placard” a premiar a equipa melhor em campo.

A segunda parte, foi jogada num ritmo vivo e intenso, mas menos profícua em termos de obtenção de golos. Mário Costa, não tira o pé do acelerador, ou motociclisticamente falando, continuava a enrolar punho, resolve refrescar o meio-campo (motor da equipa) troca Picos por Tiago, Mota por Barreiro, mas ordena que Tiago dê mais preponderância ao ataque, assim o 4x4x2 aparente transforma-se num 4x3x3 bem agressivo e demolidor, com um tridente de meter medo: Tiago, Mouro e Eduardo. Os contra-ataques lançados em velocidade e em catadupa eram um sufoco e uma dor de cabeça, para a defensiva de Palme…os miúdos estavam endiabrados, aqueceram definitivamente a noite gélida que se fazia sentir.

Num destes lances que são uma autentica ode ao futebol (quem disse que no futebol Popular não há futebol de qualidade?) aos 26’ da segunda parte, Tiago esgueira-se pela extrema direita em velocidade e com a bola controlado como ele sabe fazer, leva um, dois, três adversários e aproxima-se perigosamente da linha de cabeceira, que pena, ficou sem ângulo, o guarda-redes recolhe-se junto ao posto tirando aparentemente o ângulo de remate, Tiago desfere um remate tenso, potente e colocado, abola inexplicavelmente passa entre o poste e o corpo do guardião fazendo um golo de belo efeito, era o 0-4, era o delírio, eram os jogadores da casa incrédulos, porque não estavam habituados a “ensacar” quatro golos num só jogo. Um golo típico de um “ponta” no andebol.

Aos 31´numa falta inexistente de Adélio sobre o adversário, haveria de ser marcado um livre de uma forma esquisita, uma bola batida rasteira e sem velocidade, mas que a desconcentração momentânea dos defensores da casa, haveria de permitir que aquela bola “cagadinha” a pinchar e como quem não vai a lado nenhum, atravessasse a área e pelo meio de uma floresta de pernas, haveria de entrar junto ao posto esquerdo da baliza defendida por Mata. Ninguém percebeu…mas estava feito o 1-4. O golo de honra e de consolação para o Palme, mas que, pelo que fez a defensiva de Campo não merecia ser assim desfeiteada. Não foi no entanto este golo que tirou o mérito de uma defensiva acertada e afinada, eficiente e eficaz durante todo o desafio.

Entretanto o jogo não haveria de ter mais incidências a relatar de realce.

Dois pormenores, para finalizar, aos 37’ um atleta do Palme foi expulso, por conduta violenta sobre Joel, vermelho directo.

O árbitro mais uma vez, querendo dar nas vistas, deu 6’ de compensação, que a somar aos 5 da primeira parte, faz 11 minutos! Exagerado, exageradíssimo. Não se vislumbra razão para esses descontos. Do modo que estava a partida, o Palme, não conseguiria marcar, nem que se jogasse até à meia-noite… como a noite estava fria, talvez os cristais líquidos dos “display” do cronómetro estivessem lentos ou congelados…11 minutos?!, francamente.

No final, tivemos a oportunidade de ouvir Mário Costa, treinador do GDRCampo:

“ A nossa equipa esteve muito bem, diante de uma equipa de respeito, forte e muito bem classificada. Foi mais uma vitória e a prova cabal, que o que temos vindo a fazer não é obra do acaso. O resultado peca por escasso, pelo nosso caudal ofensivo demonstrado. Aproveito para dedicar esta vitória aos nossos apoiantes, que tiveram a boa vontade de se deslocarem até Fragoso, numa noite fria e com um Porto-Benfica, na televisão. Obrigado pelo apoio manifestado e voltem sempre”

O próximo jogo é já no domingo contra o Creixomil.Boa sorte rapazes.